Fernando Haddad, ou simplesmente Haddad, é um exemplo de uma carreira política “meteórica”. O atual candidato da coligação do PT nunca ocupou um cargo eletivo, ou seja, todos os postos que teve  foram conquistados através de nomeação.

O político, de 49 anos e origem libanesa, carrega referências à espiritualidade na família devido ao posto de padre ortodoxo ocupado pelo avô Cury Habib Haddad. Fernando não chegou a conhecê-lo, mas sempre carrega uma foto na carteira demonstrando seu valor para a família. Casado há 24 anos com a dentista Ana Estela Haddad, é pai de dois filhos,  Frederico e Raquel. Seu patrimônio soma R$ 473.789,66, no entanto, declara que seu apartamento no Paraíso, bairro nobre em São Paulo, tem o valor de apenas R$ 90.000.

​Apesar da seriedade apresentada no dia a dia político, Haddad herdou o carisma de seu mentor e ex–presidente Luís Inácio Lula da Silva. Os palanques são novidade para ele, no entanto, vem sendo instruído e isso não se mostra um problema em sua campanha. Sua trajetória acadêmica na Universidade de São Paulo em direito, economia e filosofia contribuíram para sua desenvoltura. Suas influências políticas parecem interferir até na maneira de sua prosódia, visto que o candidato apresenta trejeitos da presidenta Dilma Rousseff.

No início da carreira, Fernando foi balconista da loja de seu pai na 25 de Março, fato do qual afirma não se arrepender. “Tenho as melhores lembranças dessa época. Acho que aprendi muito atendendo clientes no balcão da loja.” Contudo, essa experiência não durou muito. Sua vida política crescia e, em 2001, Haddad assumiu a chefia do gabinete da Secretaria de Finanças e Desenvolvimento Econômico do município de São Paulo durante a gestão da sua colega de partido Marta Suplicy.

A oposição o acusa de ser sempre respaldado pelo Partido dos Trabalhadores. No que diz respeito aos seus cargos, isso faz algum sentido. Depois do gabinete municipal, Haddad foi convidado por outro petista, Guido Mantega, para integrar o Ministério do Planejamento. Basicamente, nessa função ele tinha de convencer empresários a investir em áreas estratégicas para o governo, algo importante para quem precisa convencer a população da maior cidade do país a votar nele. Chegou depois a secretário-executivo do Ministério da Educação.

O know-how logo surtiu efeito e dois anos depois ele foi nomeado ministro da Educação, durante o governo Lula. Sua gestão é considerada positiva pela maioria dos críticos. Dentre seus feitos estão a criação do ProUni, programa que concede bolsas de estudos em universidades particulares para estudantes de baixa renda; o financiamento à educação com o FUNDEB e a avaliação com o IDEB; e a reformulação do Exame Nacional do Ensino Médio, ENEM. Porém sucessivas falhas no exame, fizeram a oposição questioná-lo. Haddad logo calou as críticas e saiu do ministério aumentando o orçamento destinado a educação de 3,9%, para 5,1% do PIB.

O partido logo o credenciou a disputar as eleições em São Paulo. Porém, na disputa estava sua primeira chefe na vida política. Eu acho que o PT acertou nessa estratégia reconhecendo que há uma oportunidade de discutir a cidade em outro patamar. Tem uma questão geracional no pais inteiro, nao é só em São Paulo”.
A senadora Marta Suplicy mostrou-se desagradada ao perder as prévias para Haddad.

No início, o paulistano teve dificuldades para mostrar que é de casa. Mas, aos poucos, foi subindo nas pesquisas, sempre ancorado por Lula e Dilma. Fora do calor da campanha, Haddad garante que gosta de tocar violão; ver o Poderoso Chefão, seu filme favorito; e ouvir Led Zeppelin, Beatles e Villa Lobos, suas referências musicais. Porém, vai ter que esperar até depois do dia 28 de outubro, já que aparece com 15% das intenções de votos e está na briga para disputar o segundo turno.