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CAUSA OPERÁRIA

BIANCA ROSSI, terceiro semestre

FELIPE FILIPPELLI, terceiro semestre

TATIANI RIGOTTI, terceiro semestre

 

A Política está presente na vida de Anaí Caproni Pinto desde 1982, quando seu pai, o metalúrgico Manoel Caproni, foi um dos fundadores do PT (Partido dos Trabalhadores) na região do ABC paulista. Após ser expulsa dessa legenda em 1990, ela foi uma das criadoras do PCO (Partido da Causa Operária), no qual está há nove anos.


A época em que seu pai ajudou a fundar o PT coincidiu com a ascensão do movimento operário, principalmente na região do ABC. Manoel Caproni fez da casa da família um núcleo de reuniões dos militantes, candidatos e moradores do bairro onde morava. Foi um momento em que a causa operária, lembra Anaí, era uma forte bandeira e a essência programática das lideranças e militância do PT. “Depois, isso foi se perdendo. Paulatinamente, fiz uma análise correta das novas tendências da maioria da direção do partido e passei a criticar as coligações, o apoio e a entrada de políticos burgueses no PT”.
Com a família recém-chegada do interior de Minas Gerais, a candidata à prefeitura de São Paulo em 2012, Anaí Caproni, nasceu em 12 de dezembro de 1966, na cidade de São Bernardo do Campo (SP). Ela diz que as primeiras coisas importantes de que se lembra foram as greves dos metalúrgicos de 1978 em diante. Trabalhou em fábrica e participou da Oposição Metalúrgica de São Paulo. Começou a militar cedo no PT, com 16 anos, na corrente Causa Operária. Trabalhou também um período no Fórum.
Anaí engajou-se de vez na política em 1983, no movimento estudantil. Iniciou sua atuação participando da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Bernardo do Campo, como militante da Voz Estudantil. À época, no final da ditadura militar, estavam se reconstruindo as entidades do movimento estudantil. Continuou sua trajetória política como candidata a vereadora de São Paulo, já pelo PCO, em 2000. Também concorreu à prefeitura paulistana em 2004 e 2008, e ao Governo de São Paulo em 2002 e 2006.
Casada há sete anos com o jornalista sindical Rui Pimenta, Anaí tem dois filhos. Seu marido, também engajado no meio político, é presidente do PCO e candidato do partido à Presidência da República. Anaí tem oito irmãos. Todos militam no partido. “A família é unificada em torno da agremiação”, enfatiza.
Formada em eletrônica pela E.T.E. Lauro Gomes, uma escola técnica profissionalizante  mantida pelas montadoras do ABC, Anaí se graduou em direito na Faculdade do Largo de São Francisco, da USP (Universidade de São Paulo). Atua já há algum tempo como advogada em movimentos sociais e no seu partido. É funcionária dos Correios, como operadora de triagem e transbordo. É diretora da Federação Nacional dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Fentect) e milita no movimento sindical dos trabalhadores d a companhia.
Anaí foi quem convocou a greve dos correios nos dias 10 e 11 de setembro de 2012, em pleno programa eleitoral de seu partido. A campanha foi contra o reajuste de 5% no salário dos trabalhadores imposto pelo governo, o mesmo que, segunda a candidata, se recusava a negociar. Além desta recente greve, ela liderou inúmeras manifestações.
Apesar de todas as candidaturas, Anaí nunca ocupou um cargo público. Desta vez, está com menos de 1% nas atuais pesquisas eleitorais e empatada com mais três candidatos. Para ela, “esse grupo está naquele bloco de postulantes que são suprimidos pelo poder do dinheiro e pela imprensa capitalista.”  A líder do PCO tem como algumas de suas propostas para São Paulo a estatização dos principais serviços públicos, decisão popular sobre os investimentos da prefeitura e convocação de conselhos populares.
Anaí define-se como “de esquerda”. Nesta posição, defende a mudança do enfoque social, com o intuito de criar uma sociedade mais igualitária. A candidata explica sua proposta  dizendo que “o PCO preconiza como uma das principais questões da cidade de São Paulo, hoje, o fim da ingerência dos monopólios sobre o dinheiro público.” Para ela, seu projeto “é a luta por uma sociedade socialista, sem explorados e exploradores”.
A atual eleição mudou um pouco o dia-a-dia de trabalho de Anaí. Basicamente, sua rotina constitui-se nas filmagens e entrevistas, debates e reuniões. A vida privada consiste de muito trabalho em diversas atividades e algumas delas sociais, e com a família.
De aparência comum, Anái não é o tipo de pessoa que chama atenção. Para ela, a sua família é o principal valor. Apesar da total entrega ao trabalho, nunca ignorou o lado materno. Quando seus filhos eram menores, os levava para todos os lugares. Quando precisava trabalhar, os deixava na sede do PCO para brincarem. Conheceu seu atual marido, com quem sempre compartilhou ideias e ideais, nos círculos políticos.  Tinham muita coisa em comum por conta da militância. O namoro foi uma decorrência. Anaí leva uma vida de hábitos simples. Gosta de cinema, ler, cozinhar, ir a restaurantes e de quebra-cabeças.  Apesar de tímida, é uma mulher que acredita  e luta pela transformação do mundo.

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