'ME CONSIDERO MUITO DIFERENTE'
ANTONIO DO CARMO, terceiro semestre
LUCIANA PIFFER, terceiro semestre
NICOLE COIMBRA, terceiro semestre
“Me considero muito diferente. Sou uma trabalhadora, servidora pública. (...) Sou parte da classe trabalhadora, sou parte da luta, sou parte daqueles que sofrem as conseqüências das atitudes que os políticos tomam, de prometer muito, não cumprir e deixar cada vez mais o serviço público precarizado”. É o que afirma, em entrevista ao SBT, Ana Luiza do PSTU, candidata à prefeitura de São Paulo
Nascida em sete de janeiro de 1959, Ana Luiza Figueiredo Gomes com seus cabelos curtos e 1.60m é gaúcha de Porto Alegre. Divorciada, mãe de um casal de adolescentes e torcedora do São Paulo Futebol Clube.

Em 1980, mudou-se para São Paulo, um ano após iniciar sua militância política, quando era bancária em Porto Alegre. Pouco depois de assumir um cargo no Unibanco, a categoria entrou em greve para reajuste salarial. A direção sindical foi presa pela ditadura e Ana Luiza passou a dirigir o movimento dos bancários. Desde então é atuante no movimento Sindical. Perseguida pela ditadura, Ana Luiza está entrando com uma ação judicial para que o Estado Brasileiro a reconheça como anistiada política.
Ajudou, quando morou no Rio de Janeiro em 1980, a construir a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Partido dos Trabalhadores (PT). Com uma proposta de José Dirceu, foi expulsa do PT por apoiar a campanha “Fora Collor”, em 1992. Em 1994, ajudou a fundar o PSTU. É uma das fundadoras do Sindicato dos Trabalhadores da Justiça Federal de São Paulo (Sintrajud), do qual, atualmente é diretora. Em 2010, foi eleita, com cerca de 110 mil votos, senadora federal. O rompimento com a CUT veio durante o governo Lula, que aprovou a reforma da Previdência – e a CUT apoiou a reforma. Hoje, Ana Luiza Figueiredo atua na CSP Conlutas - Central Sindical e Popular.
Fã de Gabriel Garcia Marques, um escritor, jornalista, ativista e político colombiano, a gaúcha não tem ensino superior, é servidora pública federal desde 1995 e se considera parte do povo.
A candidata faz parte do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), sem coligação. Sua campanha eleitoral arrecadou apenas R$ 5.400. Ao ser questionada pelo Jornal do Estado de SP se ela acha que tem como governar, hoje em dia, sem alianças políticas, Ana Luiza mostrou sua visão, muito distinta do cenário nacional. Acredita que mobilização e organização são fortes o suficiente para que as leis se tornem flexíveis. Ana Luiza aponta como erros dos governos Lula e Dilma as alianças feitas com os adversários da classe trabalhadora. Afirma que foram levados ao poder pelo povo, pelos trabalhadores organizados e viraram as costas para eles, a fim de procurar alianças, das quais, hoje, são reféns. Diz ainda que precisam das alianças porque quem financia as campanhas são os empresários que financiam os partidos com quem possuem alianças.
Na opinião de Ana Luiza, uma das dificuldades de se candidatar é fazer as pessoas acreditarem que está cumprindo uma tarefa para seguir lutando com os trabalhadores. “Essa é a pior dificuldade que um militante sério e honesto enfrenta ao se candidatar”, afirma. Ainda defende que se for eleita, não usará nenhum outro salário a não ser o próprio, de trabalhadora. Para ela, um militante não deve usar a verba de gabinete, morar em palácio ou mudar sua vida financeiramente, se não, se tornará mais um corrompido.
A prioridade da candidata à prefeitura é alterar a realidade existente na cidade de São Paulo. Ela afirma que as Prefeituras e governos administram a cidade para beneficiar os ricos, as grandes empresas, os banqueiros e prejudicam o conjunto da população. Seu primeiro ato seria fazer um levantamento orçamentário e resolver os problemas mais graves, que são do setor de transportes, com ônibus e trens superlotados e caros, educação, com a construção de 2 mil creches e na saúde. Ana Luiza pretende estatizar o transporte rodoviário e a linha 4 do metrô, baixando o preço das passagens para apenas 1 real.
“A questão da homofobia, a necessidade de ter uma orientação nas escolas para acabar com o preconceito, o combate ao racismo, a violência doméstica com a lei Maria da Penha com orçamento, nós temos uma lei que permite a mulher denunciar, mas não temos abrigos para que elas possam denunciar e viver longe do agressor. Nesse sentido, queremos uma infraestrutura e um combate contra as opressões” é o que pretende por fim a candidata à prefeitura e trabalhadora pública Ana Luiza Figueiredo.